Ainda estou de luto. Viúva de um sonho e de uma história de amor, visto-me das cores da indiferença, da dor e das lembranças. Espero pelo milagre atribuído ao tempo. O Sr. Tempo é como um caixeiro-viajante, que carrega uma mala enorme e tem um conjunto infinito de itinerários para percorrer. Uma lista de perder de vista com pedidos de recolhas. Espero, ansiosamente, que ele chegue e, todos os dias, acordo na expectativa que ele já me tenha batido à porta. Tenho tudo empilhado numa divisão pequena. Pronto a carregar:
Beijos
Abraços,
Declarações
Encontros
Lugares
Musicas
Previsões
Signos
Filmes
Conversas
Promessas
Planos
E enquanto isto não for transportado, sei que ali estão, presentes.
A partir do momento que o Sr. Tempo as levar com ele, conseguirei ficar conformada pelo facto, de um dia, teres morrido de cansaço de mim. Teres reencarnado para outra vida.
E assim sim, limpa-se um presente. E o meu amo-te conjugar-se-à no passado.
No Comments