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Não está ninguém lá em casa. Na nossa casa. Está vazia, desocupada e fria, como o tempo. Este tempo que tanto me lembra de ti. Porque é que te foste embora assim? Porque não me esperaste até ao fim da tua vida? Prometeste-me isso. Não pode ser só cansaço, não pode. Eu não costumo ou pelo menos não costumava cansar ninguém. Não conseguias, nunca, estar na nossa casa sozinho, e agora, nem dás pela minha falta. Não pode ser possível. Levaste tudo, não deixaste um único vestígio do teu amor por mim. Do tal amor incondicional. Como foste capaz?
Na parede, só um calendário onde o 22 de Julho se destaca, pelo circulo vermelho que fizeste à volta do número. O único sinal da tua presença, e que marca o principio da tua ausência. Da definitiva. A estirpe que nunca nos tinha atingido, e à qual, julgava eu, sermos imunes.
Pela primeira vez, meu amor, não sei de ti.
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