Byung-Chul Han, afirma que o “Ocidente está a tornar-se uma sociedade do cansaço”. Não podia concordar mais. Talvez por isso, tenhamos saído da nossa casa, um castelo de grades de ouro e vistas paradisíacas, para vir trabalhar atrás da mesma tela, mas noutro cenário, mais pequeno, mais igualmente dourado. Que bicho somos nós que que nos obriga a sair de um lugar de extremo conforto, para tolerar melhor uma rotina? Ainda se fosse só a rotina, receio é que seja a realidade por inteiro. Vêm-me à memória os habitantes de 70 e 80 anos que nunca saíram das suas aldeias, e quando entrevistados, não lamentam nem a falta viagens, nem de motivação, nem do sentido para a vida. Só gostariam, talvez, de estar menos sós. Não me lembro da palavra cansaço ou vazio, sair de suas bocas. Nem dos seus corações.
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