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Terminei hoje. É muito cu, muito cagalhão, muita cavalgada e muito whisky. Mas bebi dum trago, que é como quem diz, li em poucas horas. Se é literatura ou texto literário, não me interessa. Contem nele a teimosia de quem insiste em não moldar-se às formas onde outros querem enfiá-lo, fiel apenas à sua vontade. Tem cansaço e sacrifício quando se enfrenta diariamente uma rotina de trabalho com tarefas mecânicas vazias de sentido. Uma vida vivida por quase todos nós. Tantas vezes me imagino a dizer tudo o que me vem à cabeça e fazer apenas o que me apetece, mas não parece real ou possível. Ele mostra que é e nós rimos dele e pensamos, “oh que tonto”, mas se reflectirmos melhor, é corajoso, desprendido, indomável. Com ele os gurus da teoria do “desapego” jamais ganhariam a vida. Ele está-se literalmente a cagar para a matéria e fica do lado da liberdade, a sua mulher, amante, a única por quem esteve sempre apaixonado, e que o levou à loucura, morte e salvação.

Grata: Pelos livros que nos raptam.

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