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Desabafos

Já ninguém me atura! Nem eu mesma.

Maria: Todos temos, problemas, inseguranças, receios, tormentos… Marta: Acho que sou rotulada, como aquela que nunca está bem, aquela que não sabe o que quer, aquela que está outra vez em baixo…a quem já ninguém liga…a que fica mal mas depois lá se levanta, portanto não é para preocupar. Maria: Achas que és rotulada por quem? Marta: Por todos. Maria: Quem? Marta: O meu pai, a minha mãe, a minha irmã, os amigos. Maria: Disseste tudo, as razões todas pelas quais ninguém te leva a sério: aquela q nunca está bem, aquela que não sabe o que quer, outra vez em baixo… Marta: Não entendo isso. Maria: Eu sei que tudo o que sentes, imaginas, te atormenta, etc,. vem da alma e do espírito. Há um milhão de razões para que os outros não entendam as coisas dessa forma e achem, pela repetição destes estados, que és assim, quase inevitavelmente… Marta: Diz que, face à combinação de Saturno, regente de Capricórnio, com a Lua posso manifestar uma tendência mórbida e melancólica à meditação… Maria: Tendências mórbidas…credo! Marta: E se eu me assumir assim, como uma pessoa incapaz de decidir, com crises mórbidas, melancólicas que não faz outra coisa que é meditar, pensar, em constante diálogo consigo mesma a ponto de desinteressar-se de tudo, de estar constantemente descontente e cansada, de nada a entusiasmar a não ser “o sentir ” e que mesmo assim, recorrentemente, não há-de chegar, há-de ser pouco. Mesmo assim tenho que me curar? Maria: Estás preparada para viver na incompreensão? Marta: Alguém me disse um dia “Desisti de procurar sanidade mental em tudo o que faço. Desisti de tentar encontrar uma razão porque me apercebi que as razões não me iriam trazer mais Paz, muito pelo contrário. ” Maria: Sim, eu mandei porque acho que és tu em muitas coisas…Não tens de ser e não és como os outros, mas essa prostração a que te leva o pensar não te tem levado a lugar algum…ou tem? E é pela repetição do mesmo que as pessoas te rotulam e não te levam a sério. Marta: Calar-me-ei então… (se conseguir) Maria: Não, fazes mal. Tens de encontrar um meio termo, não te podes transformar noutra pessoa, que não és. Mas também não podes passar os fim-de-semana a dormir.

A vida está a passar-te literalmente ao lado. E não tens paciência, motivação nem por pessoa nem por coisa alguma. Nem mesmo por ti própria.

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