Que ano este. Tantas decisões, tantas aflições. Parece que não fiz nada certo, e que prolongo um sofrimento apenas por vontade própria, demasiada racionalidade, e sei lá, orgulho. Quando penso que as pessoas me conhecem, que vão lá estar, apanho com cada murro no estômago… Sinto-me sozinha, tão sozinha, vazia. Olho em redor, e vejo que a meu lado, continua o meu amor de sempre, a tentar dar o seu melhor.Mas isso não é suficiente para parar a minha dor. A dor da perda, da desilusão, do desencanto. E aí vou eu, arrumar mais uns episódios no baú do condicional onde consta a enunciação descritiva dos temas do que poderia ter sido. Ao lado deste, o dos arrependimentos. Custa-me tanto largar dependências e histórias. Os desapegos, mais do que os afectos, remexem e trazem medos. Tenho este jeito de ser, desde criança, que precisa testar a entrega outros. É como se os meus níveis de segurança, fossem como o combustível de um carro. Em algum momento, durante as provas amorosas, preciso de (re) abastecer para continuar. Junto do depósito das (in) seguranças, está o das intuições. Sempre com níveis altíssimos de consumo. Mas aqui estamos perante um sistema de auto produção. Quando uma partícula da intuição, alerta alguma das inseguranças, o carro estanca, e só volta a andar quando a prova é superada.
Pensar no futuro e no presente, com o passado a espreitar por cima do ombro, a sussurrar nos meus ouvidos, as recordações, os prazeres, as descobertas, as cumplicidades, dói demais. Fazer um luto pelo passado, é matar parte de mim.
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